sábado, 3 de setembro de 2011

Cesárea


                            

Nem uma folha cai sem que seja da vontade de Deus, e foi vontade de Deus inspirar a medicina a criar essa operação cesariana para salvar vidas. A medicina é uma benção e Deus usa as mãos dos médicos. Apesar do nascimento ser algo natural e fisiológico, existe uma minoria de casos onde pode haver um risco de vida para mãe e bebê, e é aí que entra a intervenção médica na forma da cesariana.
Vamos descobrir porque existe e para que serve a cesariana?

A cesárea é uma cirurgia de grande porte, onde corta-se 7 camadas da barriga. É uma tecnologia criada originalmente para ser usada somente quando houver risco de vida para o bebê ou para a mãe. A cesárea é uma operação criada para salvar vidas em risco. Acontece que muitas cesarianas realizadas em todo o mundo são desnecessárias.
A cesariana provoca sempre um trauma no organismo da mulher, maior que o causado por um parto normal. O abdômen foi cortado, a musculatura foi afastada de seu lugar e a cavidade abdominal invadida. Tudo isso provoca acúmulo de gases, dores, menor movimentação intestinal e uma recuperação pós-parto mais lenta. Outro risco da cesariana é interromper uma gravidez que ainda não chegou ao fim. O que é criticado pelo Conselho Federal de Medicina não é cesariana em si, mas a sua prática desnecessária. Esse tipo de cirurgia deve ser usado apenas para salvar vidas!
De acordo com a OMS, a taxa ideal de partos cesáreos deve ficar em torno de 7 a 10%, não ultrapassando 15%. Entretanto, nos últimos 37 anos testemunhamos uma "epidemia mundial" de cesarianas. Na Holanda, essa proporção é de 14%, nos Estados Unidos 26%, no México 34% e no Chile 40%. Isso ocorre em parte porque a cesariana passou a ser aceita culturalmente como um modo normal de dar à luz um bebê. As repercussões desse comportamento são bastante sérias e, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), as cesáreas acarretam quatro vezes mais risco de infecção pós-parto, três vezes mais risco de mortalidade e morbidade materna, aumento dos riscos de prematuridade e mortalidade neonatal, recuperação mais difícil da mãe, maior período de separação entre mãe/bebê com retardo do início da amamentação e elevação de gastos para o sistema de saúde.

Referência:
º Wikimedia Commons


Segue informações importantes sobre parto cesárea:

Motivos reais para um parto cesária. Quando a cesárea é imprescindível e deve ser agendada?
- Se a mãe tem herpes genital, com uma lesão ativa até um mês antes do parto. É possível prevenir as lesões com medicamentos durante a gravidez.
- Quando a placenta cobre o colo do útero, impedindo a saída do bebê, o que é chamado de placenta prévia. O diagnóstico só pode ser feito na 30a semana e a cirurgia é agendada antes de o trabalho de parto ter início, para não haver risco de sangramento.
- Em alguns casos raros de doenças cardíacas.
- Se o bebê está atravessado. Mas, antes, o médico pode tentar ajudá-lo a ficar na posição correta.
- Caso a mãe tenha aids e a carga viral for alta ou desconhecida.

Casos para estudar em conjunto com o médico
- Se o bebê estiver sentado e a mulher já tiver feito parto normal antes.
- Quando foram feitas duas ou mais cesáreas anteriores.
- Caso a mulher apresente defeitos na bacia.
- Se a criança está frágil demais, ou seja, se há retardo do crescimento.
- No caso de o trabalho de parto parar de progredir. Mesmo assim, há recursos para estimular a continuidade, como um hormônio chamado ocitocina.
- Se há alteração na circulação do sangue entre mãe e bebê.
- Pressão alta na gravidez (acima de 13 por 9).

Quando se descobre a necessidade de uma cesárea depois de iniciado o trabalho de parto?
- Em casos de descolamento prematuro da placenta.
- Quando a cabeça do bebê é grande demais para a abertura da pelve da mãe, o que só é diagnosticado após todo o processo de dilatação se completar (10 centímetros). "Muitas mães com bebês até 4 quilos têm bacias que conseguem dar-lhes passagem", diz a obstetra Andrea Campos. "A desproporção acontece em menos de 5% dos casos."
- Em casos de prolapso de cordão, quando ele penetra no canal de parto antes do bebê.
- Se há sofrimento fetal agudo (o bebê tem redução drástica no fluxo de oxigênio
ou nos batimentos cardíacos). Acontece apenas em torno de 1% dos casos.

Quais os casos que são só desculpa para cesária?
- Falta de dilatação. Pode ocorrer por um distúrbio raro no colo do útero, mas, na maioria das vezes, se não dilatou, é porque não chegou a hora.
- Quando a mulher tem mais de 35 anos e é seu primeiro filho ou é adolescente.
- Se a mulher teve uma cesárea anterior.
- Trabalho de parto demorado. As contrações podem durar dias, mas só com mais de 3 centímetros de dilatação caracteriza-se trabalho de parto. O que leva de 8 a 18 horas.
- Bacia estreita (em geral, a mulher já descobriu a alteração antes de engravidar).
-Bebê muito grande. Só são considerados grandes demais os bebês com mais de 4,5 quilos.
-A mulher tem verrugas genitais, mioma ou HPV (a não ser que obstruam a passagem do bebê).

Fonte: www.e-familynet.com




Dra Melania Amorim lista mais algumas das mais frequentes desculpas para se fazer cesareas 


1. Cordao enrolado no pescoco do bebe ou circular de cordão, uma, duas ou três “voltas” (campeoníssima – essa conta com a cumplicidade dos ultra-sonografistas e o diagnóstico do número de voltas é absolutamente nebuloso)
2. Pressão alta 
3. Pressão baixa
4. Bebê que não encaixa antes do trabalho de parto
5. Diagnóstico de desproporção céfalo-pélvica sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto; Desproporção céfalo-pélvica sem trabalho de parto – já dizia Barbour que o melhor pelvímetro é a cabeça fetal. Distocia (do grego dis=difícil, tokos=parto) significa, literalmente, parto difícil. As distocias, por definição e semântica, só podem ser identificadas durante o trabalho de parto.
6. Bolsa rota (o limite de horas é variável, para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe); Se o trabalho de parto não se desencadeia e se opta por indução (não vou discutir o tempo porque é outra polêmica), e esta não tem sucesso ou ocorre qualquer indicação de cesárea durante o trabalho de parto, a indicação não é a bolsa rota, e sim a intercorrência obstétrica ou a falha de indução.

7. “Passou do tempo” - Diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas); Continuo insistindo que andam abusando desse diagnóstico. Tenho vários relatos de caso de cesáreas marcadas em pacientes com 40 semanas por esse motivo. Mas, independente, se a indução falha após 41 ou 42 semanas (aliás, que raio de indução é essa que falha tanto?), a indicação da cesárea NÃO é gestação prolongada, e sim falha de indução.
8. “Trabalho de parto prematuro” – o prematuro em apresentação pélvica realmente irá se beneficiar com a operação cesariana (menor risco de tocotraumatismos). O parto vaginal é perfeitamente possível, e até beneficia os prematuros em apresentação cefálica, com todos os cuidados, claro, o mínimo de intervenções, não romper a bolsa etc. A incidência de desconforto respiratório é maior em bebês nascidos de cesárea.
9. Grumos no líquido amniótico
10. Hemorróidas
11. HPV - Condilomas obstruindo o canal de parto – realmente se existirem SÃO indicação de cesárea, mas são raríssimos, e quando eu cito o HPV é porque estão indicando cesárea mesmo sem condiloma.
12. Placenta grau III
13. Qualquer grau de placenta
14. Incisura nas artérias uterinas (aliás, pra quê Doppler em uma gravidez normal?)
15. Aceleração dos batimentos fetais
16. Cálculo renal
17. Dorso à direita
18. Baixa estatura materna
19. Baixo ganho ponderal materno/mãe de baixo peso
20. Obesidade materna
21. Gastroplastia prévia (parece que, em relação ao peso materno, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come)
22. “Bebês grandes demais” – macrossomia, de acordo com a literatura, só é indicação para cesárea em recém-nascidos com mais de 4.500g FILHOS DE MÃES DIABÉTICAS. Macrossômicos constitucionais não têm risco aumentado de distocia de ombro.
23. Bebê “pequeno demais”
24. Cesárea anterior – as chances de um parto vaginal variam entre 60% e 85%, de acordo com a literatura. Não é per se indicação para cesárea. Flamm descreveu uma taxa de 70% de sucesso de parto vaginal em pacientes com duas cesáreas anteriores. Os trabalhos mais recentes têm clamado por mais cautela com a "prova de trabalho de parto", mas o risco absoluto de ruptura uterina é muito baixo (Guise et al., 2005).
25. Plaquetas baixas
26. Chlamydia, mycoplasma, ureaplasma, e aproveitando a ocasião, Streptococcus b-haemolyticus do grupo B NÃO são indicação de cesárea.
27. Problemas oftalmológicos, incluindo miopia e descolamento da retina
28. Edema de membros inferiores/edema generalizado
29. “Falta de dilatação” antes do trabalho de parto
30. Gravidez super-desejada (motivo pelo qual os bebês de proveta aqui no Brasil muito raramente nascem de parto normal)
31. Gravidez não desejada
32. Idade materna “avançada” (limites bastante variáveis, pelo que tenho observado, mas em geral refere-se às mulheres com mais de 35 anos)
33. Adolescência
34. Prolapso de valva mitral
35. Cardiopatia (o melhor parto para as cardiopatas é o vaginal)
36. Diabetes - Pode ser motivo para interrupção da gravidez, realmente, mas não para a cesárea. A indicação da cesárea será obstétrica (falha da indução, contra-indicações ao parto vaginal etc.).
37. Bacia “muito estreita” 
38. Mioma uterino
39. Parto “prolongado” ou período expulsivo “prolongado” (também os limites são muito imprecisos, dependendo da pressa do obstetra)
40. “Pouco líquido”
41. Artéria umbilical única
42. Ameaça de chuva/temporal na cidade
43. Obstetra (famoso) não sai de casa à noite devido aos riscos da violência no Rio de Janeiro
44. Fratura de cóccix em algum momento da vida Fratura no cóccix
45. Conização prévia do colo uterino
46. Eletrocauterização prévia do colo uterino - Se por acaso tiver ocorrido estenose cervical que impeça a dilatação, esta só poderá ser diagnosticada durante o trabalho de parto, o simples antecedente de eletrocauterização não pode indicar a cesárea.
47. Varizes na vagina
48. Constipação (prisão de ventre)
49. Excesso de líquido amniótico
50. Anemia
51. Data provável do parto (DPP) próximo a feriados prolongados e datas festivas
52. Toxoplasmose.

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